Por que alguns vinhos dão dor de cabeça?

Alguma vez você já se perguntou por que alguns vinhos dão dores de cabeça e outros não? Acredito que as dores de cabeça nas pessoas se originam na forma como o vinho é feito. Algumas pessoas as vezes deixam de beber e se tornarem apaixonados em relação aos vinhos, simplesmente porque um dia tomaram algumas taças e sentiram dor de cabeça.

Uma das crenças mais populares é de que os aditivos e produtos químicos presentes no vinho, são o que geram esta dor.

Na verdade, não há conclusões definitivas globais em matéria dos aditivos nos vinhos. Porém, é fato que no vinho mais barato, o mais provável é você ter dor de cabeça.

Nos vinhos baratos e produzidos em massa, são utilizadas soluções rápidas para resolver os processos de fermentação e maturação. O maior culpado pela dor de cabeça é o dióxido de enxofre. Um gás comumente produzido por vulcões. Ele é amplamente usado como conservante e protege contra os efeitos da oxidação nos vinhos, atuando também como um agente antimicrobiano. É produzido naturalmente pelas leveduras durante a fermentação, mas também é adicionado ao vinho.

Os sulfitos não causam dores de cabeça. Se os sulfitos causassem a dor de cabeça, damascos e outros frutos secos ricos em sulfitos trariam o mesmo efeito do vinho, o que não acontece.

Outros ingredientes são as claras, usadas como agente clarificante em alguns casos e o açúcar utilizado antes da fermentação para aumentar os níveis de álcool, um processo que, para mim, vai contra a naturalidade da produção dos vinhos e, não recomendo.

Todos os ingredientes, presentes naturalmente no processo de vinificação são inofensivos ao ser humano.

Mas vamos lá, vinhos produzidos em massa, baratos, representam problemas…

Para escolher seu vinho, veja a história, pesquise a qualidade, o produtor, o importador. Escolha produtores de vinho que têm orgulho de suas tradições e que acumulam séculos de experiência no conhecimento da sua terra e das suas uvas. Não que um produtor jovem não possa levar com seriedade seu trabalho, pode sim, e este é outro ponto a ser observado.

Há um equilíbrio natural entre o “terroir” (conjunção da propriedade, clima e todos os componentes presentes ao redor da produção) e os vinhos que são produzidos sobre a terra.

O ideal é buscar a harmonia sem excessos e assim estará livre das dores de cabeça.
Há uma tendência realmente em que vinhos mais caros são incontestáveis em qualidade, pode até ser, mas há uma enorme variedade em vinhos de preços médios que podem, tranquilamente, cumprirem seu papel e oferecer uma grande oportunidade de aprendizado.

O importante é estar atento à conservação do vinho, da cápsula, do armazenamento, e ao abrigo da luz e das oscilações de temperatura, estes sim, podem ser fatores que podem nos deixar com a dor de cabeça por terem alterado nosso vinho, estragando o momento de consumo tão esperado e aguardado.

Almir dos Anjos é sommelière pós-graduado em marketing pela ESPM e especialista em e-commerce em vinhos. Possui cursos de vinhos na ABS-SP e SBAV-SP e é um dos integrantes do Grupo do Selo 7 Sommeliers.
Traz para o Viagens e Rotas informações, novidades e curiosidades sobre o mundo dos vinhos. Para Almir, qualquer viagem só é completa quando há união entre vinhos e gastronomia que definem a marca de uma região ou cultura.
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