Bonito é exemplo de ecoturismo organizado e de respeito à natureza

A cidade de Bonito faz jus ao seu nome: ela é realmente linda! Eu ainda acrescento que é mais do que “Bonita”- é um espetáculo de preservação do meio-ambiente de sua mata e de todo seu entorno que é o Cerrado, localizada no Centro-Oeste brasileiro – e pouco explorada por nós brasileiros, quando a decisão é usar o orçamento para um destino de viagem de natureza. Mas isso, vem mudando. A procura em busca da paz e natureza vem crescendo. E Bonito se encaixa perfeitamente para quem está à procura disso.

No meio das belezas das matas do Cerrado, entre tucanos e araras, a cidade oferece aos seus visitantes mais de 30 atrações de passeios, que vão desde visitas de trilhas ecológicas dentro de propriedades privadas muito bem cuidadas, com a visitação de cachoeiras intactas onde pode banhar-se; fazer flutuação (snorkeling) e mergulho autômo em lagoas e rios cristalinos; visitar grutas, passear de bike às margens de rios, rapel, bóia-cross, tirolesas, cavalgadas, avistamento de pássaros, ida ao pantanal sul-matogrossense, entre outros passeios para se conectar especialmente com a natureza.

Hi Hostel Bonito / Crédito: Renata Gimenes

Hi Hostel Bonito / Crédito: Renata Gimenes

Além das propriedades particulares, outras atrações são cuidadas pela prefeitura do município e órgãos regulamentados de turismo, como a Gruta do Lago Azul, cartão postal da cidade. O município vive exclusivamente do turismo como principal atividade e fonte de renda da região.

Todas as atrações devem ser agendadas com as agências de turismo oficiais que tem espalhadas pela cidade. Não dá para o turista agendar diretamente com o passeio. Como estava hospedada no albergue Bonito Ecological HI Hostel, eles próprios providenciam por meio de sua agência, as indicações dos passeios que poderiam ser feito nos dias de minha estada.

Das mais de 30 atrações de contemplações das belezas naturais da região, não pode se esquecer dos passeios que se podem fazer à noite, quando as atividades de visitação às propriedades estão encerradas. Há a visita à Fábrica da Taboa, famosa cachaça da região e ao Projeto Jibóia, além de degustar da gastronomia regional, como alguns restaurantes e bares locais pelas ruas da cidade.

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Não é a toa que Bonito, uma pacata cidade com cerca de 20 mil habitantes, está no mapa dos amantes de ecoturismo e atrai visitas do Brasil e mundo inteiro, tanto em períodos de baixa e alta estação.

Pertencente ao Parque Nacional da Serra de Bodoquena, junto com as cidades de Jardim, Bodoquena e Guia Lopes da Laguna, Bonito se tornou referência em Ecoturismo no Brasil e no mundo, sendo um dos principais Polos turísticos desse segmento no país. Este ano, por exemplo, a cidade recebeu pela primeira vez, a oitava Conferência Anual de Ecoturismo e Turismo Sustentável, no final de abril, organizada pela Sociedade Internacional de Ecoturismo em parceria com órgãos de turismo da cidade e a Embratur.

Ponto de vista

Antes de falar sobre minhas aventuras, prefiro fazer um adendo e falar um pouco sobre a diferença que senti no desenvolvimento da cidade de Bonito, sendo a capital do Ecoturismo do país, em comparação de quando eu vim da minha primeira vez há treze anos. O que eu senti é que, depois de mais de uma década, Bonito cresceu muito. Não só em empreendimentos, e sim em significativas mudanças para o segmento do Ecoturismo. Cresceu em infraestrutura para os visitantes, em cuidados e zelos pela natureza, em respeito às normas e regulamentações dessa atividade – turismo de aventura e preservação ambiental. As pessoas: os guias, cooperativas de artesãos, órgãos e outras entidades ligadas a essa atividade, estão mais organizados. Senti tudo mais respeitoso ao meio-ambiente e ao turismo de preservação do meio-ambiente, devido, claramente, por ele ser o sustento de todos que nos atenderam. Benfeitorias do destino foram feitas tanto para os que vivem dessa atividade tanto para os visitantes que desfrutam de um lugar tão belo.

1º dia – Passeio nas trilhas da fazenda da Estância Mimosa Ecoturismo, e final da tarde, cavalgada

 Antiga fazenda de atividade pecuária, a Estância Mimosa foi apropriada pelo novo proprietário em 1998, Eduardo Folley Coelho, do mesmo Grupo do Rio da Prata, que tornou a sua principal atividade o turismo, porém com o foco voltado totalmente para a conservação ambiental e práticas de sustentabilidade.

O passeio principal da fazenda é a trilha e banho de cachoeiras em grupos de no máximo 12 pessoas, sempre acompanhado de um guia local. Uma caminhada de quase 3h30 minutos, percorrendo a mata ciliar do Rio Mimoso. O trajeto passa por leitos e riachos secos, pequenas grutas, passarelas suspensas, por oito cachoeiras de tamanhos e formatos variados, muitas formando piscinas naturais, além de mirantes. Antes de começar a caminhada, os funcionários aconselham o uso de colete de salva-vidas e alugar botas de neoprene para poder banhar-se e pisar nas pedras das cachoeiras. Na minha visão, achei um passeio leve e delicioso para toda família.

Estância Mimosa  / Crédito: Renata Gimenes

Estância Mimosa / Crédito: Renata Gimenes

Estância Mimosa  / Crédito: Renata Gimenes

Estância Mimosa / Crédito: Renata Gimenes

Estância Mimosa  / Crédito: Renata Gimenes

Estância Mimosa / Crédito: Renata Gimenes

Durante o caminho da trilha, passa-se pela mata ciliar, árvores nativas e mirantes que avista os morros do Cerrado, e, no trajeto, para-se em algumas das oito cachoeiras que são visitadas como a cachoeira do Mutum, do Salto (onde se pula de quase 6 metros de altura), Cachoeira do Desejo, que é contínua das rochas calcária; Cachoeira do Saí-Andorinha, Cachoeira do Sol, Cachoeira da Água Doce, Cachoeira do Surucuá (embarque e desembarque do barco) e Cachoeira do Sinhozinho.

Depois de todo percurso e banho nas cachoeiras, os visitantes são servidos com um delicioso almoço regional feito no fogão à lenha. Quem ainda quiser, pode experimentar o doce de leite fabricado na própria fazenda e depois, escolher outro passeio oferecido na fazenda que é a cavalgada, com cavalos bem treinados pelo funcionário Oswaldo e que percorre outros hectares da estância, com uma vista intacta e deslumbrante do Cerrado.

Dependendo da época, a estância ainda oferece a atividade de Birdwatching (avistamento das aves).

2º dia – Gruta de São Mateus

Como o tempo virou, a chuva chegou e o frio veio junto, acabei sendo aconselhada a fazer um passeio seco, como a visita a Gruta de São Mateus, um passeio relativamente novo na região que começou a receber visita de turistas no final de dezembro de 2013.

A visita, então, à propriedade Ceito Corá acabou sendo cancelada. Sorte talvez. Porque esse passeio, simples de início e de duração curta – apenas uma manhã – foi uma surpresa. Fomos muito bem recepcionados pelo senhor José W. Angel, hoje responsável pelo museu e pelos cuidados da visitação da gruta, encantadora, por sinal.

O início do passeio começou com o seu José contando sobre a lenda do Senhor Sinhozinho, história de um curandeiro que realizava milagres pela região. Até hoje, não se sabe se ele realmente viveu ou é um personagem mítico, mas já é uma figura incorporada ao folclore de Bonito. Depois passamos pelo Museu Cultural Kadiwéu, com objetos antigos coletados por moradores da região. Depois de colocados nossos capacetes de proteção e capas de chuva para andar na trilha que chega à carvena, fomos acompanhados pela guia nacional Estela Zarza Manza, que nos mostrou entendimento e detalhes preciosos sobre o local. Entramos e percorremos 150 metros do interior da Gruta, que possui quase 90 metros de profundidade. A duração é de 1h30 de passeio. Estela nos explicou a história e formação de rochas como estalactites, estalagmites, coralóides, parecendo desenho divino da natureza.

Gruta São Mateus  / Crédito: Renata Gimenes

Gruta São Mateus / Crédito: Renata Gimenes

Gruta São Mateus  / Crédito: Renata Gimenes

Gruta São Mateus / Crédito: Renata Gimenes

Gruta de São Mateus  / Crédito: Renata Gimenes

Gruta de São Mateus / Crédito: Renata Gimenes

Terminando o passeio, fui almoçar com o grupo no restaurante chamado Juanita, indicação do pessoal do Hostel.

O restaurante é uma boa pedida para quem escolhe um passeio de meio-período, no qual o almoço não está incluso. Recomendamos almoçar por lá. Além da boa comida caseira, a simpática Juanita e sua equipe oferece pratos típicos da região, como o locro (ensopado a base de abóbora, feijão e milho, muito consumido na região da Cordilheira dos Andes, e também pelo Centro-oeste do Brasil); a sopa paraguaia (bolo de milho salgado tradicional no Paraguai e também consumido no Mato Grosso do Sul) e a chipa (biscoito tradicional da culinária paraguaia, semelhante ao pão de queijo mineiro). Vale provar!

Juanita, Locro   / Crédito: Renata Gimenes

Juanita, Locro / Crédito: Renata Gimenes

Depois, com a metade do dia livre, passeamos nas lojas de artesanatos do centro. Nos tempos de pequenas folgas entre os passeios, vale a pena circular pelas lojinhas da rua principal e visitar a Praça da Liberdade onde há o Monumento às Piraputangas, peixe predominante da região.

Praça da Liberdade  / Crédito: Renata Gimenes

Praça da Liberdade / Crédito: Renata Gimenes

3º dia – Lagoa Misteriosa, Rio da Prata Recanto Ecológico e Buraco das Araras

A maioria dos passeios de dia inteiro, como as flutuações nos rios das fazendas da região, o visitante irá pular da bem cedo da cama. Algumas vezes, às 6 horas da manhã, outras, às 7 horas ou às 8 da matina, para que consiga realmente aproveitar o passeio inteiro desfrutar de todas atividades oferecidas nas fazendas.

Esse foi o dia mais puxado para nós, com três atrações. Tomamos café às pressas no albergue e seguimos com os motoristas da van para os estabelecimentos do Rio da Prata Recanto Ecológico, onde também se encontra a Lagoa Misteriosa, que se faz a snorkeling ou o mergulho suspenso.

Lagoa Misteriosa  / Crédito: Renata Gimenes

Lagoa Misteriosa / Crédito: Renata Gimenes

Mergulho na Lagoa Misteriosa  / Crédito: Renata Gimenes

Mergulho na Lagoa Misteriosa / Crédito: Renata Gimenes

Se preparando para entrar na Lagoa Misteriosa  / Crédito: Renata Gimenes

Se preparando para entrar na Lagoa Misteriosa / Crédito: Renata Gimenes

Começamos com a Lagoa Misteriosa. Podia optar pelo mergulho autônomo com cilindro básico ou avançado de profundidade de 18 a 25 metros. Mas aqui, o visitante precisa provar que tem a certificação de Open Water da PADI ou outra certificação de mergulhador. Optei pelo Batismo, já que há tempos não mergulhava com cilindro. Foi um bom retorno de volta ao mergulho, no qual fui acompanhada de um instrutor-guia que me levou a todo o entorno da lagoa. A profundidade máxima do batismo é de oito metros.

Outra opção, é apenas o snorkeling, sem o cilindro. A trilha para chegar à lagoa é rápida e a mata local é linda. E quando chega perto da Lagoa, o acesso à ela se faz por uma escadaria de 179 degraus. Haja fôlego! Mas o encanto do visitante ao chegar ao deque e avistar a dolina que forma a Lagoa é fenomenal.

O silêncio do local ajuda no encantamento e na sensação que se mistura em nossa mente de tão belo que é o local. Ao chegar no deque, os guias treinam os visitantes com os equipamentos de mergulho. O ato de vestir o equipamento me trouxe ótimas lembranças do esporte que eu aprecio muito e os guias que nos auxiliaram foram excelentes e cautelosos com cada visitante.

Eles nos acompanharam em toda trajetória do mergulho com segurança. Experiência única e para mim, um dos melhores passeios de Bonito, já que sou muito fã de mergulho. Água literalmente azul, transparente, com ótima visibilidade, cercada de mata verde intocada. Podia dizer que eu estava no meio meio de um cartão postal, de paisagem intacta.

Rio da Prata  / Crédito: Renata Gimenes

Rio da Prata / Crédito: Renata Gimenes

A Lagoa é simplesmente linda. O silêncio, em conjunto com a mata preservada e as águas cristalinas, traz uma sensação pacífica e realmente se entende porque a lagoa é chamada misteriosa, quando entramos e mergulhamos nela.

Não se vê o fundo. A lagoa tem águas transparentes e profunda, ficando no fundo de uma dolina de 75 metros de profundidade. A sensação do mergulho é de estar solto no ar, com a visão dos dois abismos, paredões verticais, troncos caídos, depósito de areia branca e pequenos peixinhos que brilham com a luz.

A duração é de aproximadamente 40 minutos. O total do passeio com a trilha e o vestimento de roupa é de uma hora e meia.

Como a Lagoa é perto do passeio da Flutuação do Rio da Prata, o passeio número 1, no ranking da Tripadvisor, fizemos a flutuação mais famosa de Bonito logo em seguida da Lagoa e no mesmo dia. Fomos levados por um caminhão até o ponto da flutuação.

Flutuação – Essa atividade consta-se em flutuar um percurso de quase 2 quilômetros da nascente do rio Olho D’água com o encontro do rio da Prata, com grupo máximo de nove pessoas e claro, com um guia local, que nos dá o equipamento adequado para a prática do snorkeling de água doce. O rio é cheio de cardumes e espécies de peixes como piraputangas, dourados, curimbatás, piaus, matogrossinhos e outros peixes do Pantanal. Se na descida do rio, encontrar um jacaré, ou lontra, sinta-se com sorte. Nesse vimos, com silêncio, um jacaré. A flora também é riquíssima.

Peixes no Rio da Prata  / Crédito: Renata Gimenes

Peixes no Rio da Prata / Crédito: Renata Gimenes

Uma experiência sem palavras para amantes da natureza. Não há lugar no país com águas de tanta transparência! Máscara, snorkel, nadadeiras e roupas de neoprene equipadas, lá descemos um rio largo com muitas corredeiras, correntezas e nascentes lindíssimas. Passeio obrigatório de flutuação.

O local do recanto fica na zona de RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural do Recanto Refúgio Rio da Prata – do mesmo grupo do Estância Mimosa. O tempo de flutuação no Rio da Prata é de quase quarto horas.

Final do passeio, e troca de roupa, chegamos à sede e nos deparamos com o almoço caseiro e típico incluso no passeio, com doces caseiros e bebidas à parte. Se der tempo, o gostoso é descansar no redário da fazenda.

Como tínhamos mais uma atividade agendada, saímos antes das 17h para ver o entardecer no Buraco das Araras. Dolina com mais de 100 metros de profundidade e 500 metros de circunferência, onde as araras vivem e e encontraram um local para descansar e reproduzir. Espetáculo lindo da natureza. Vimos algumas voando e posando perto de nosso mirante. Silêncio e observação de aves. Uma atração deliciosa de se fazer. Há opção de day use, para praticar o avistamento das aves e fotografar o dia todo.

Buraco das Araras  / Crédito: Renata Gimenes

Buraco das Araras / Crédito: Renata Gimenes

Buraco das Araras  / Crédito: Renata Gimenes

Buraco das Araras / Crédito: Renata Gimenes

Acabamos o dia somente às 19h. Já noite. Dia cheio, mas dia feliz. Certeza de que como a natureza pode nos propiciar um bem-estar inexplicável.

A fauna desse Rio da Prata realmente é surpreendente. Centenas e centenas de cardumes,dura de duas a três horas de flutuação, para depois ser recebido para almoço servido na sede da fazenda, sempre com comidas típicas e de forno a lenha da região.

4º dia – Flutuação no Rio Sucuri

No quarto dia do passeio, foi a vez de conhecer o Rio Sucuri. Outra flutuação. Um pouco diferente do rio da Prata. O rio é menor e o passeio mais rápido, mas tão bonito quanto.

A flutuação nas águas transparentes e cristalinas do Rio Sucuri ocorre em sua Nascente e localiza-se na Fazenda de São Geraldo, que possui 8405 hectares, há 18 quilômetros de Bonito e que compreende todo o Rio Sucuri, de sua nascente até sua foz, no Rio Formoso.

A fazenda possui quarto atividades econômicas, como pecuária, extração de calcário calcito, agricultura e ecoturismo. Estávamos lá pela última.

Depois de uns 40 minutos de van, chegamos à fazenda, onde fomos recebidos pelos funcionários, que mostram todo ambiente da casa e nos leva ao encontro do guia, regulamentado pelas leis ambientais e de ecoturismo da região.
Aqui, snorkel, roupa de mergulho e máscara são dados logo no início da chegada na atração. E um guia atencioso nos orientou pelas regras e perigos da flutuação. Nesta flutuação, ele vai nos acompanhando de barco e não, como o do Rio da Prata, que flutua conosco. O barco serve para caso alguém desista de continuar a flutuação, sobe. Fomos num grupo de oito pessoas.

Aqui, deve-se observar a vida não só subaquática do local, mas como a vida de fora da água. Sempre verá aves pantaneiras locais, entre outros bichos. O frio ainda insitia em estar conosco, mas ignoramos. Observamos uma grande diversidade da fauna e flora aquáticas. A correnteza nos ajudou a fluir na flutuação do rio. Recomendo também levar uma máquina subaquática, há muita espécie de peixes para fotografar. O tempo de flutuação é de três horas.

Final do passeio, recebidos pelo almoço da fazenda, comida típica da região, com peixes e carnes e muita sobremesa como opções. De lambuzar os beiços. Há opções de cavalgada, bike e quadriciclo.

Sobremesa Casa do João  / Crédito: Renata Gimenes

Sobremesa Casa do João / Crédito: Renata Gimenes

Casa do João / Crédito: Renata Gimenes

Casa do João / Crédito: Renata Gimenes

5º dia – Gruta da Lagoa Azul

Penúltimo dia, e finalmente conhecemos o “cartão postal” de Bonito: a Gruta da Lagoa Azul, cuidada pela prefeitura do município. A van me pegou logo após o café da manhã no hostel, nos colocou com um grupo de quatorze pessoas. O tempo melhorou e, acompanhados de um guia, que nos aconselhou a colocar o capacete e nos contou um pouco da atração, descemos o caminho íngreme de 100 metros que nos levou a tal famosa Gruta da Lagoa Azul. A vista é de deslumbramento.

Gruta Lagoa Azul / Crédito: Renata Gimenes

Gruta Lagoa Azul / Crédito: Renata Gimenes

Natureza preservada na Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Natureza preservada na Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Após a longa descida, o visitante depara-se com um lago de águas azuladas e transparentes. As formações geológicas da gruta no caminho à lagoa são maravilhosas. São segundo o guia, as formações são espeleotemas de várias formas e tamanhos que se unem com a lagoa azulada, sendo um local de rica e única beleza.

Aqui, o passeio é só de contemplamento. Mas vale a pena visitar esta caverna que foi visitada por espeleomergulhadores em 1992, e estimaram que a lagoa tem mais de 90 metros de profundidade. Duração do passeio é de quase duas horas.

Valor: R$ 45 (baixa) R$60 (alta).

6º e último dia – Boca da Onça

Para mim, uma das propriedades mais bonitas visitadas nessa viagem. O paraíso ecológico Boca da Onça é conhecido pelos seus atrativos naturais, sobretudo os seus rios e riachos de águas límpidas e cachoeiras deliciosas para se banhar.

Local repleto de incontáveis e belas “tufas calcárias”, que formam cachoeiras e piscinas naturais. No total, são dezenas de cachoeiras na mesma propriedade. No passeio escolhido, a Trilha Ecológica da Boca da Onça, percorremos aproximadamente quatro quilômetros de caminhada na mata preservada que nos leva até dez cachoeiras, mas a principal – a Cachoeira Boca da Onça – a mais alta do estado do Mato Grosso do Su com 156 metros de altura que se encontra nessa propriedade, avistamos no começo da trilha. Linda e estonteante! Lá, pode-se banhar-se por meia hora. E depois, seguimos a trilha.

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

Boca da Onça / Crédito: Renata Gimenes

No caminho, avistamos bichos típicos da região, como macacos, tucanos e conhecemos árvores típicas do Cerrado, como o Jaracatiá, Cerejeira, entre outras espécies. Tivemos, outras duas paradas e relaxamos nas piscinas naturais do rio Salobra e nadamos no fim na cachoeira do Buraco do Macaco. Água gelada, mas um banho de lavar a alma. Inesquecível.

A longa trilha desse receptivo demora quase quarto horas. No decorrer da trilha, dizeres e poesias são escritas pela dona da propriedade, no qual o visitante completa com a paisagem lindíssima da fazenda.

A fazenda ainda tem ainda uma piscina natural que os visitantes podem nadar com espécies de peixes. Almoçamos uma deliciosa comida regional e descansamos perto da piscina, com o pôr-do-sol nos agradecendo. Passeio imperdível.

O tour pela Boca da Onça também pode ser feito motorizado. E a atividade outra atividade muito procurada nos aposentos é a descida de rapel. Segundo os funcionários, plataforma de rapel mais alta do Brasil, com 90 metros de altura no negativo. Não fizemos, infelizmente. Mas teremos que voltar, para fazer, sem dúvida.

Valor do passeio (trilha + almoço incluso): R$ 150 (baixa) / R$170 (alta)

Outras atrações que fogem um pouco dos passeios diurnos de Bonito, são o Projeto Jibóia, encabeçado pelo Henrique Naufal ou Sr. Gibóia, como é conhecido em Bonito, dono do projeto e das cobras que apresenta na sua palestra noturna, a importância desses seres para o meio ambiente, e tenta mostrar ao público presente que elas não são tão más quanto aparentam, tentando desmitificar a figura “má” do animal. Em um palestra contada de forma irreverente e divertida, no final, o público ainda pode segurar a cobra e fotografá-la.

Outra atração interessante é a visitação à Fábrica da Taboa, que explica como surgiu a famosa cachaça de Bonito, fundada pela proprietária Andrea Fontoura, que, em 1996, resolveu misturar as cachaças brasileiras com ervas e outros ingredientes naturais, frutas típicas do Cerrado e do Brasil e outras misturas, dando para seus amigos e que perguntavam: – Tá Boa? E estava. Foi ai que surgiu o nome, e as mais de 20 variações de cachaças encontradas no Bar e na fábrica. Na fábrica, o visitante pode ver como as garrafas são embaladas artesanalmente e conhecer um pouco das ervas usadas, além de conhecer o artesanato vendido na loja da fábrica. No final, o visitante pode degustar dos mais inusitados sabores da cachaça. Eu gostei da original que é feita com cachaça, mel, canela, guaraná em pó e ervas naturais. Uma van da própria fábrica busca o visitante onde ele está hospedado, até o local.

Por fim, foram no total 7 dias intensos, de longa viagem de Campinas/ Campo Grande, pela cia área Azul, saindo de Viracopos, mas de felicidade plena em completar todas as atividades que foram oferecidas, num destino em que a preservação ambiental dita a regra. Bonito é o exemplo que destino no nosso Brasil é rico de natureza. Um destino que atrações não acabam, podendo escolher conforme seu orçamento, pique e disposição.

E como se organizar por lá?

Como circular – Como chegamos de avião pela cia aérea Azul, de Viracopos, Campinas à Campo Grande. Tivemos o receptivo do transporte, parceiro do albergue, chamado Terra Transportes (www.terratransportes.com.br – tel: 67 3255-1001). Eles fazem transporte do aeroporto de Campo Grande à Bonito, entre outros serviços. Como estava sem carro, todos os passeios, tiveram serviços de vans compartilhadas e motoristas. Quando fazia alguma atividade fora dos passeios, ia a pé, ou pegava táxi para percussos curtos da cidade.

Há muitas pessoas que alugam carros da capital e preferem fazer os passeios independentes. Outra forma de conhecer a região mais livre do tarifário dos transportes, que é uma média de R$ 40, ida e volta.

Hospedagens – Bonito oferece hospedagens para todos os gostos e bolsos. De pousadas mais simples e confortáveis até as mais luxuosas. Hotéis e resorts também são opção. Os empreendimentos mais luxuosos estão chegando na pacata cidade, dando alternativa ao público que busca passeio e conforto ao mesmo tempo. Os visitantes são na maioria brasileiros, mas o destino é muito procurado pelos estrangeiros de todos os locais que se encantam imensamente com a fauna e flora da Serra da Bodoquena.

Minha opção de hospedagem foi a melhor custo x benefício da região. Fiquei hospedada no albergue Bonito Ecological HI Hostel, um dos pioneiros albergues do Brasil, com mais de 20 anos de existência. A escolha do albergue da-se pela facilidade de hospedagem simples, preço, e do atendimento mais descontraído que o que é encontrado nessas hospedagens, além é claro das amizades que se fazem ficando nesse tipo de hospedagem. O Albergue tem sua própria agência de turismo, facilitando o hóspede em agendar os passeios e atividades da região.

Fui muito bem recepcionada pelo dono do albergue, o engenheiro Luiz Octavio Campos e seus filhos, Luciano Campos e Maria Laura Campos, que ajudou na organização da viagem e hoje o ajudam na administração do albergue, que faz do lugar um local sustentável em todos os sentidos. O café da manhã é uma delícia e hoje esse albergue desmistifica que a procura seja só por jovens mochileiros. O público é misturado e seletivo. Jovens, adultos, casais, senhores e muitos estrangeiros. Há lavanderia, piscina, redários, televisão coletiva. Cozinha coletiva e outras facilidades. Conforto simples e solidário para novas amizades. Funcionários prestativos.

Tarifário: R$ 32,00 por pessoa em apto coletivo, ventilador de teto, banheiro interno e armários individuais. R$ 80,00 para casal, em apartamento privativo, ventilador de teto, banheiro privativo e armário.

Hi Hostel Bonito  / Crédito: Renata Gimenes

Hi Hostel Bonito / Crédito: Renata Gimenes

Hi Hostel Bonito  / Crédito: Renata Gimenes

Hi Hostel Bonito / Crédito: Renata Gimenes

Serviço: www.bonitohostel.com – Afiliado do Hostelling International (www.hihostel.com)
Rua Dr. Pires, 850 – Bairro: Formoso, Bonito – Mato Grosso do Sul
Tel: (067) 3255 1022 /2646 /1462 – E-mail: reserva@bonitohostel.com.br
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Onde comer – A cidade oferece de tudo. Comidas regionais. Mas os peixes da região são a atração do cardápio como as piraputangas e dourados, entre outros pescados da Casa do João. Tradicional na cidade pela traíras, pratos à base de peixes, como a receita de pescado com molho de urucum pode ser pedida o restaurante ficou conhecido pela ótima hospitalidade do próprio dono e seu aconchegante restaurante. Outra opção é a Juanita Restaurante, que já citamos, é um buffet, aberto só no almoço, que oferece de saladas a comidas típicas pantaneiras.

Há também o famoso bar da famosa cachaça da região, o Taboa Bar. Dependendo do dia, há música ao vivo, lanches, sopas, petiscos, e uma miscelânea de drinques feitos à base das cachaças da marca. O visitante pode deixar a sua marca nos móveis, chão e paredes da região.

Outras opções são as pizzas locais, restaurantes de carnes exóticas e soverterias com sabores de frutas típicas da região do Serrado. É tudo uma delícia. É só escolher.

Casa do João: www.casadojoao.com.br
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Quando ir – A época de seca, entre julho e agosto, é a melhor para as flutuações — mas faz frio pelas manhãs, com mínimas abaixo dos quinze graus. Entre dezembro e janeiro, a procura pelos passeios é enorme, o que exige certa programação antecipada.

O que levar – Estar bem-preparado é tudo quando se trata de turismo ecológico. Por isso, aqui vão alguns itens essenciais para carregar na mochila durante os passeios: binóculos, câmera fotográfica, papete (melhor opção para trilhas e cachoeiras), água, protetor solar e repelente.

Dicas – As agências de turismo da cidade realizam os passeios listados aqui, com nível semelhante de qualidade (os hotéis podem dar indicações). Os preços são tabelados e os pacotes geralmente incluem almoço, lanche e equipamentos para as flutuações, como máscara, snorkel e roupa de neoprene. Os traslados, no entanto, são cobrados à parte. O melhor a fazer é montar a programação e comprar as entradas para os passeios nas agências com antecedência– muitas atrações limitam o número de visitantes.

Dica para todos passeios com água: Leve ou alugue câmera aquática nas agências. Vale a pena registrar cada cardume que você econtrar.

Percebi, no final da viagem, que realmente, precisarei voltar futuramente à cidade. Passeios, como rapel no Abismo de Anhumas, passeio sustentável de bike, como Lobo Guará, ida ao Pantanal, fazenda Ceito Corá, descobertas novas como Nascente Azul, entre outras belezas, não foram feitas, infelizmente. Motivo: alguns lugares fechados devido ao mal tempo, outras, muita procura. Detalhe: algumas atividades fecham caso há excesso de chuva! Pois é, pegamos uns dois dias de chuva e frio na cidade! Mas isso não tirou a alegria e o prazer de estar em contato com tanta beleza. Tempo mínimo para visitar Bonito: 6 dias. Mas quem puder ficar mais, eu aconselho que fique. Pois o dia passa muito rápido em Bonito. Motivo então, e certo, para voltar de novo à região e completar o roteiro com os outros passeios!

Serviço

Estância Mimosa Ecoturismo – www.estanciamimosa.com.br
Rodovia MS 178 à 24 km de Bonito.
Valor do passeio: R$ 96 + R$ 36 (almoço) – trilhas e cachoeiras. Outros passeios, se informar com a agência.
@estanciamimosa
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Gruta de São Mateus
Rodovia Bonito/ilha do Padre, KM 02, 79290-000 Bonito
Tel: 067 3255-4646
Valor do passeio: R$ 45
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Juanita Restaurante
Rua Senador Filinto Muller, 560 – Centro, Bonito
(67) 3255-3411
Segunda à Sábado, das 11h às 14h30
Preço: Até R$ 25 – Buffet
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Rio da Prata Recanto Ecológico – www.riodaprata.com.br

Lagoa Misteriosa – www.lagoamisteriosa.com.br
BR 267, Km 512, na Zona Rural de Jardim (MS).
Valor: R$ 168 (flutuação com almoço/ baixa temporada)
Lagoa: R$ 130

Buraco das Araras: www.buracodasararas.com.br
Valor: R$48
Jardim, MS
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Facebook/Instagram/Twitter:
Rio da Prata
Facebook // #riodaprata // @riodaprata

Lagoa Misteriosa: www.facebook.com/lagoamisteriosa/info

Flutuação no Rio Sucuri
www.nascenteriosucuri.com.br
Estrada para São Geraldo, Km 18
(67) 3255-3277/3255-1030
Valor por pessoa: (inclui almoço, sem bebidas)
Alta temporada*: Criança R$ 151,00/Adulto R$ 174,00
www.facebook.com/nascenteriosucuri

Boca Da Onça Ecotour
Site: www.bocadaonca.com.br
Bodoquena – MS
Tel: (67) 3255-1234 / 3255-1337
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Projeto Jiboia
Site: www.projetojiboia.com.br
Tel: (67) 8419 0313
Rua Nestor Fernandes nº610, Bonito MS.
Facebook

Fábrica da Taboa – Rua Sen. Felinto Muller, 935, Bonito, MS
Tel: (67) 3255-1862
www.taboa.com.br
Taboa Bar – Rua Cel. Pilad Rebuá, 1837 – Bonito, MS
Tel: (67) 3255-1862
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A revista digital Viagens e Rotas viajou para Bonito à convite do albergue Bonito HI Hostel e seus parceiros de atrações do destino.

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