Soure, a capital da Ilha de Marajó, é o local indicado para conhecer fazendas que criam búfalos e abrem suas portas para o turismo. Como se tratam de propriedades particulares é necessário agendar a visita antes por telefone ou e-mail.

A Fazenda São Jerônimo, de propriedade do Sr. Brito e Dona Jerônima, foi uma das primeiras fazendas da cidade a receber visitantes. Há o problema da falta de sinal de telefone e internet, então as vezes é comum ter dificuldade para agendar os passeios ou reagendar, caso necessário.

Tanto Sr. Brito como Dona Jerônima são marajoaras, porém passaram a maior parte da vida entre Belém, Santos e o Rio de Janeiro. Após aposentar, voltaram ao Marajó e abriram as porteiras de sua fazenda de 400 hectares para o turismo ecológico e de experiência.

Fazenda São Jerônimo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Foi em 2001 que a Rede Globo descobriu o local para a gravação do really show No Limite, que então Dona Jerônima e Sr. Brito começaram a deixar a fazenda mais adequada para receber visitantes.

Arara na fazenda / Crédito: Ana Elisa Teixeira

O casal oferece atividades de vivência na fazenda que englobam: passeios de búfalo, mangues, igarapés e praia. Tudo dentro da propriedade que também é farta de pés de frutas da região, sendo que tem mais de 100 bacurizeiros e 10 mil coqueiros.

Mais do que um passeio de experiência, a fazenda é um local de apreciação da natureza com destaque para itens da amazônia paraense.

Bacuri no pé / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Como é feito o passeio…

Há pelo menos três opções de passeios na fazenda e alguns dependem da maré no dia e horário. A atividade escolhida pode ser feito tanto pela manhã como no período da tarde e quem defini isso é o Sr. Brito.

O passeio de búfalo dentro da água, por exemplo, só é possível fazer nas épocas das cheias ou quando o visitante tiver a sorte de ir em um dia em que choveu muito e a estrutura estiver favorável para realizá-lo.

Passeio de búfalo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

O passeio que fizemos abrangeu o trajeto de búfalo, ida a praia, trilha no mangue e travessia de canoa dentro do igarapé.

Primeiro há um trajeto montado no búfalo por cerca de 20 minutos. Diferente de andar a cavalo, o búfalo é mais fácil por ser maior e garantir um melhor equilíbrio. Há acompanhamento, o tempo todo, por vaqueiros da fazenda e é super recomendado também para crianças.

Trajeto de búfalo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Depois de descer do búfalo, já é possível avistar a Praia do Goiabal, com água salobra em meio a raízes expostas. Foi nessa praia que foram gravadas as cenas do programa No Limite.

Praia do Goiabal / Crédito: Ana Elisa Teixeira

A praia pertence a fazenda e é mais contemplativa do que ideal para banho. Como ela é proveniente da junção do rio Pará e do Oceano Atlântico é muito comum vir lixo até a orla.

Os funcionários de Dona Jerônima, todos os dias, recolhem esse lixo para dar um fim adequado.

A praia é linda e é bem triste ver como a maioria das praias da ilha recebem uma quantidade grande de lixo depois que a maré baixa.

Praia do Goiabal aonde foi gravado o programa No Limite / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Praia do Goiabal / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Logo no final da praia já é a entrada para a trilha no manguezal. Toda uma infraestrutura que, ao avançar por dentro do mangue, é possível ver várias lendas da amazônia sendo contadas pelo caminho. A lenda do boto está entre as preferidas.

Início da trilha pelo manguezal / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Árvores e vegetação bem exposta no mangue / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Lendas da amazônia embelezam o cenário / Crédito: Ana Elisa Teixeira

O percurso no mangue permite observar bem a natureza dessa região amazônica com detalhes para árvores, galhos e pássaros que sobrevoam o local.

Depois de chegar no final da trilha, Sr. Brito deixa uma água de coco fresca, gelada e especial para recuperar as energias do percurso.

Água de coco após caminhada / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Água de coco após caminhada / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Para fechar o passeio, entramos em uma canoa para adentrar os igarapés. Um pouco mais de 30 minutos na canoa, apreciando a paisagem, é possível ter uma verdadeira experiência dessa região amazônica composta por belezas naturais marcantes.

Ponto de partida da canoa / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Dentro do igarapé / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Fim do passeio entre as árvores no igarapé / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Depois do passeio tem a opção de almoço…

Depois do passeio, caso reservado, é possível almoçar na Fazenda São Jerônimo. O almoço não é sempre servido e é necessário verificar a disponibilidade com a Dona Jerônima.

Ela é uma cozinheira conhecida no Pará, inclusive tem amizade com muitos chefs brasileiros e já participou de festivais de cozinha paraense, eventos do Paladar do Estadão, entre outros.

Os pratos também são sugeridos por ela. Normalmente ela faz o filé marajoara com algum acompanhamento, mas pudemos provar alguns itens diferentes da gastronomia paraense.

No cardápio do dia, ela serviu de entrada o Turu – molusco retirado do tronco no mangue. O prato parece um ceviche temperado com leite de coco, coentro, cebola e pimenta do reino. Ele é rico em proteína, ferro e cálcio.

É um prato exótico da região e não é fácil achá-lo para fazer, então tem que ligar lá na fazenda e contar com a sorte.

Turu na Fazenda São Jerônimo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Pudemos também acompanhar o preparo do prato principal que era uma junção da carne de búfalo com uma das frutas mais gostosas do Pará, o bacuri.

Bacuri Assado na Fazenda / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Carne de búfalo sendo preparada / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Dona Jerônima na cozinha / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Molho de bacuri / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Como prato principal, Dona Jerônima serviu o filé de búfalo com molho de bacuri, bacuri assado e banana da terra, com arroz bem temperado no estilo paraense com muito coentro, feijão e salada.

Arroz, feijão e salada (não está na foto) acompanham o prato / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Filé de búfalo com molho de bacuri, bacuri assado e banana da terra / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Como sobremesa foi servido o creme de bacaba, colhida mais cedo na fazenda.

Bacaba de sobremesa / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Creme de bacaba / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Serviço

Fazenda São Jerônimo – Site oficial

Como chegar: Rodovia Soure – Pesqueiro, km 3, Soure, Ilha de Marajó – Pará. Você só poderá chegar a fazenda de carro, moto táxi (muito comum na região) ou de táxi.

Reservas: tanto o passeio e almoço podem ser reservados pelos telefones: (91) 3741-2093 ou (91) 99331-0726. Não aposte no celular por que ele raramente vai pegar sinal por lá. Tente insistir no telefone fixo, de preferência logo cedo ou no começo da noite.

O mais indicado é fazer a reserva com antecedência pelo fazenda.saojeronimo@hotmail.com

Qual o valor dos passeios? R$ 100 por pessoa e por passeio, caso faça o passeio convencional. Há acréscimo de valor se optar pelo passeio nos búfalos dentro da água. É importante verificar os valores adequados com Dona Jerônima e Sr. Brito, que podem ser alterados sem aviso prévio.

O almoço custa R$75 por pessoa, mas também é importante verificar na hora da reserva.

Gostou? Caso tenha alguma dúvida sobre a Fazenda São Jerônimo, deixe seu comentário abaixo. 😉

As opiniões aqui citadas são da Editora que esteve no Pará por 10 dias para um trabalho incrível em comemoração aos 400 anos de Belém com o site Diário do Turismo. Você pode acessar a Revista Digital do Diário aqui.

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