Vai viajar e tem restrição alimentar? Como sobrevivo como uma pessoa “fresca”?

Como sobrevivo como uma pessoa “fresca”?

Já se perguntou se vale a pena inventar que é alérgica a alguns alimentos simplesmente para não dizer que não vai comer porque simplesmente não gosta?

Eu não gosto de peixe desde pequena e não como de jeito nenhum. Já vomitei diversas vezes ao tentar. As pessoas vinham com aquela frase já pronta: “Ah experimente…”. Experimentei muito na vida e vomite todas as vezes. E aí, você quer que eu faça o que?

Em algumas viagens, para evitar ter que ser explicativa demais, eu falava que era alérgica. Mas, o que acontecia? Achavam que eu era alérgica a tudo que vinha do mar e eu acabava tendo que manter o fingimento e, consequentemente, deixava de comer coisas que queria que vinham do mar. Tive que dispensar camarões uma vez.

Tambaqui na Brasa. Não comi, mas todos falaram que estava maravilhoso. | Crédito: Ana Elisa Teixeira

Então, eu resolvi assumir para sempre que sou seletiva, fresca ou como quiserem me rotular. Não me importo. Até brinco que sou tipo o Anton Ego, crítico gastronômico do filme Ratatouille da Pixar ,que fala: “Se eu não adorar, eu não engulo”. E é mais ou menos assim que funciona.

O problema é que praticamente todas as pessoas que não comem Peixe, não comem nada que vem da água. Eu não. Minha seleção é diferente e complexa, mas as pessoas esperam um padrão. Afinal, porque não somos robôs, né?

Eu não como nenhum peixe que esteja assado, cozido ou frito. Mas, eu adoro salmão cru! Só pode ser salmão e só se estiver 100% cru. Eu amo lagosta, camarão, siri, caranguejo e lula, mas eu não como ostras, mexilhões e vôngole. Ou seja, não é tudo do mar ou do rio que eu não goste. Então, quando falava que era alérgica, para evitar que os outros olhassem torto para as minhas preferências, eu me auto sabotava. E hoje penso o quanto isso é ridículo.

Minhas restrições não fazem sentido para ninguém além de mim, mas estou longe de ter paladar infantil. Na verdade eu sou bem adapta a diversos pratos que uma pessoa realmente “fresca” não curtiria.

Risoto de camarões no tucupi que quase fui proibida de comer porque achavam que camarão era peixe| Crédito: Ana Elisa Teixeira

Tenho uma amiga que ela só come arroz, frango grelhado e batatas fritas. Não come nenhuma verdura ou legumes. Não é nem daquelas que acha que salada é somente alface e tomate. Ela ama somente frituras e doces e, no Mc Donald’s, pede pão, carne e queijo. Desse jeito eu acredito que seja complicado viver, pois de fato é um paladar restrito e pouco explorado quando falamos de harmonizações, temperos e experiências gastronômicas.

A minha restrição também passa pela questão de textura de alimentos e de higiene. Não gosto da textura do chuchu e da batata cozida. Não como o fruto do tomate porque não gosto da textura na boca. Mas, eu como tudo que tenha tomate, porque tomate tem um gosto que me agrada. Logo qualquer prato que tenha tomate, eu simplesmente tiro para não ter que lidar com a textura e sigo comendo o restante que está com um gosto delicioso de tomate. Não tem a menor lógica pra ninguém isso. Mas, não tem que ter mesmo. Tem que servir pra mim apenas. 🙂

Têm outros pontos também controversos… Se alguém me perguntar se eu gosto de torta de frango, eu vou falar que não gosto para não ter que comer. Mas, na verdade, eu gosto. “Ué, então por que você faz isso?” Por que eu não vou comer a torta de frango de uma pessoa que eu não sei como ela manuseou esse frango.

Não sei se ela usou somente a parte nobre da carne e não sei se limpou direito antes de cozinhar ou assar. Não sei como foi que temperou. Quando vem de um chef de cozinha eu fico mais tranquila.

Isso pra mim também funciona para pratos como bobó de frango, esfiha, estrogonofe e outros tantos. Eu como e até gosto, mas eu não vou comer se eu não souber como foi feito e se tiver com uma aparência duvidosa. Basta ter carne ou frango pra eu já ter essa desconfiança. Será que a pessoa tirou cada nervo? Será que ela limpou tudo mesmo? Para não ficar no será, eu vou falar que não gosto. E o problema está resolvido. Assim não fico abrindo e explorando os pratos já prontos pra parecer mais chata ainda. Prefiro já terminar como “fresca” ao falar que “simplesmente não gosto”.

Comendo aquele salmão cru delicia| Crédito: Alexandre Martins

Nas viagens as coisas ficam complicadas também. Têm locais que a higiene passa longe e já fui pra destinos, como o Pará, por exemplo, que peixe se come todo dia. Sofri para me adaptar. Não comi e tive que buscar locais que tinham algo que condize-se com o meu paladar.

Em muitos restaurantes pelo mundo há opções. Se para o vegetariano ou vegano, as opções são restritas, para mim que tenho um paladar muito mais amplo é muito mais fácil de me adaptar.

Tem coisa mais restrita que Feijoada vegana? Amo essa do Vegamo | Crédito: Alexandre Martins

A verdade é que temos que assumir nossas escolhas alimentares. Saber dizer “não” quando não agrada e deixar que outras pessoas lidem com isso.

As pessoas vão torcer o nariz, vão achar que você tem obrigação de comer o que elas cozinharam para você. Mas, a verdade é que a gente tem que fazer o que quer.

É muito pior quando te obrigam a experimentar algo que você já sabe que não gosta e você tem que cuspir. Engolir, como Anton Ego, você não vai e fica deselegante se cuspir. 🙂

E sobre a alergia? A única coisa que sou realmente alérgica é presunto. Meu corpo fica com bolinhas vermelhas. Muito provavelmente a alergia é de alguma substância que colocam no presunto industrializado. Porque eu não tenho alergia a carne de porco e nem a presunto cru, por exemplo. Vai entender… Teria que verificar com a fábrica dos presuntos…

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