Como é fazer turismo na Costa Rica

Meu irmão me convidou para viajar para Costa Rica. Surfar lá, mais especificamente na praia da Roca Bruja, era um sonho antigo dele. Resolvi aceitar o convite e valeu a pena. Costa Rica é “pura vida”, como dizem os locais, chamados de “ticos” por lá!

É um país pequeno, mas com diferentes microclimas, uma rica biodiversidade e enorme consciência ambiental. A população está em torno de 4,7 milhões de habitantes, sendo que a grande maioria é alfabetizada. O espanhol é a língua oficial, mas o inglês is everywhere; nos outdoors, nas bocas dos turistas – na sua maioria americanos – e dos ticos.

A moeda deles chama-se colón, mas o dólar americano é aceito em quase todos os lugares, assim como cartão de crédito. No entanto, eles cobram uma sobretaxa no cartão. Assim, para não passar por esse dissabor, é melhor evitar seu uso. Além disso, algumas pousadas e lojinhas apenas aceitam dinheiro, então é importante sempre ter dólares e colones na carteira. E já que falamos em dinheiro, embora a Costa Rica seja relativamente segura, é necessário tomar as precauções normais de quem viaja, mantendo o passaporte sempre por perto, por exemplo.

Quanto à comida local, pelo menos para nós brasileiros, não há estranhamento: acho que eles comem mais arroz com feijão do que a gente! Eu prefiro o nosso, porque o deles tem coentro. Um dos pratos principais é o casado: arroz com feijão e você escolhe entre os seguintes acompanhamentos: salada, carne, peixe, frango, batata frita e banana frita. E para café da manhã? Arroz e feijão, de novo? Pois é! Nós comemos o famoso gallo pinto, que é servido em qualquer refeição. É um prato que consiste em arroz e feijão, podendo vir com diferentes acompanhamentos e também receber outros ingredientes, como foi o nosso caso, que veio com ovos mexidos, uma tortilha e foi preparado com milho, pimentão e… Coentro!

Prato local Gallo Pinto / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Prato local Gallo Pinto / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Depois de uma longa e exaustiva viagem de Copa Airlines (o avião era tão desconfortável que, na viagem de ida, não tinha nem aquela televisãozinha), fizemos escala na cidade do Panamá antes de seguir para San José, que é a capital da Costa Rica. De San José pegamos um avião da companhia aérea costa-riquenha Nature Air para Tamarindo. O Nature Air é um aviãozinho com baixo uso de carbono, com a capacidade máxima de 10 pessoas e que tem uma curiosidade: não apenas as malas foram pesadas, mas nós também subimos na balança! Chegando em Tamarindo, viajamos mais 30 minutos de carro até Avellanas. Avellanas e Tamarindo estão localizadas em Guanacaste, na costa norte do Pacífico.

Avellanas é uma extensa praia de areia branca. É bem “roots” e muy bonita, muy tranquila! É também considerada um dos melhores locais para surfar na Costa Rica. Little hawaii, localizado ao norte da praia, na boca do rio, é o ponto favorito dos surfistas locais e dos mais experientes. Para quem não surfa, como é o meu caso, a praia é perfeita para tomar sol, fazer caminhadas ou simplesmente contemplar. Lá, admirei o pôr-do-sol mais bonito que eu já vi, foi inesquecível!

Enquanto estávamos em Avellanas, o único momento de “muuucha tensión”, como os Ticos brincavam conosco, era ao anoitecer, que é quando se viam mais os super gafanhotos costa-riquenhos. Se você tem medo de “seres” voadores, fique longe deles! Com um nome charmoso em inglês de Giant Red Winged Grasshoper, esse bicho tem mais ou menos o tamanho da palma da mão. Ele é inofensivo, mas pode voar descontroladamente em cima de você, o que é muito, muito aflitivo! E, acredite em mim, eles provavelmente voarão!

Ficamos em Avellanas uma semana e voltamos para Tamarindo de onde fizemos o passeio para a tão famosa Roca Bruja, um momento bastante esperado pelo meu irmão. Diz a lenda que a pedra ficou conhecida como Roca Bruja devido ao formato dela e que, por causa do vento forte, fazia um som muito alto e os moradores da região diziam que a rocha estava embrujada – se pronuncia “embrurrada”, e significa que estava assombrada. Mas outra versão da história conta que a rocha ganhou esse nome por causa de uma bruxa que morava nela…

Pôr do sol em Avellanas / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Pôr do sol em Avellanas / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

O fato é que esse nome intrigante provoca muita curiosidade em conhecê-la. Localizada na Praia Naranjo, no Parque Nacional Santa Rosa, a Roca Bruja é um local de surfe muito adorado por surfistas do mundo todo, especialmente por seu difícil acesso, o que significa menos pessoas na água. E, claro, por sua natureza selvagem. Existem duas maneiras de chegar lá. Se escolher ir de carro, tem que ser uma 4×4, para atravessar dentro do parque em uma trilha muito árdua e irregular. A outra forma, que foi a que nós escolhemos, é ir de barco. Pegamos um barquinho de Tamarindo para lá.

Agora, se você não surfa e não tem coragem de nadar em alto mar em direção à praia, a única opção é ficar “mareando” no barquinho o dia todo. Nesse caso, o melhor mesmo é evitar este passeio, uma vez que o barquinho não chega até a praia por causa das ondas.

Roca Bruja / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Roca Bruja / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Depois de tantos dias de sol, praia, calor e muito protetor solar fator 60, alugamos um carro da Budget Car Rental (a carteira de motorista brasileira é aceita na Costa Rica!) e viajamos para o interior para visitar vulcões. Fomos em direção às crateras de Arenal e Poás.

Dizem que quando o clima está bom, é possível até observar as lavas saindo do Arenal. Por isso a dica é visitá-los durante a época seca, que é durante o verão, e quando o dia está claro, para ter mais chances de ver o vulcão. No nosso caso, infelizmente, o dia estava super nublado. Lembra quando falei acima dos microclimas e biodiversidade em um país tão pequeno? Pois é, deixamos Tamarindo em um sol de rachar e um clima super seco, e, conforme fomos adentrando a Costa Rica, observamos a mudança de temperatura e da vegetação. Foi esfriando… Nublando… Chovendo… Chovendo… e, obviamente, esverdeando!

A imagem do vulcão Arenal soltando fumaça e lava ficou só na nossa imaginação e sonhos! Para compensar a frustração de não ver a tão esperada lava, fomos passar o dia nas termas naturais de Tabacón, localizadas em La Fortuna, que é um lugar muito lindo, entre vegetação, e bem turístico também. Porém, tivemos a sorte de estar vazio nesse dia e foi uma experiência muito relaxante!

Vulcão Poás / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Vulcão Poás / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Mas o desejo de ver um vulcão ativo continuava muito forte em nós, então, mantivemos nosso objetivo e, no nosso último dia, viajamos em direção ao Poás. Essa foi a melhor decisão da viagem! Fomos até o parque nacional e andamos numa maravilhosa trilha entre árvores e plantas muito coloridas até pertinho da cratera. De lá, conseguimos ver o vulcão fumegando, ativo, bem debaixo dos nossos pés. Era uma visão imensa, já que a cratera tem 1300 metros de diâmetro e 300 metros de profundidade. Naquele momento pensei: “que bom que estou aqui!” Foi uma experiência inesquecível e a melhor maneira de despedir da Costa Rica!

Trilha para chegar ao vulcão Poás / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Trilha para chegar ao vulcão Poás / Crédito: Thais Andrade, da Mulher Viajante

Dicas

Hotéis em Avellanas:
Villa Kaiki: confortáveis e relaxantes bungalows localizados a uma caminhadinha da praia.
Cabinas Las Olas: agradáveis bungalows, bem próximos à praia, com um delicioso restaurante onde comemos quase todos os dias!
Casa Surf (Surf Hostel): opção mais barata, onde você encontra o mais delicioso croissant de maçã! Tomávamos nosso café da manhã por lá.

Saúde: para entrar na Costa Rica é preciso apresentar prova de que tomou a vacina contra a febre amarela através do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) emitido pela ANVISA. Tal certificado pode ser retirado na agência da ANVISA em alguns aeroportos, apresentando o cartão de vacinas original – mas fique atento ao horário de funcionamento da agência e do seu voo! A vacina deve ser tomada no mínimo dez dias antes de viajar e é feita em um posto de vacinação. Descubra onde está o posto da Anvisa mais perto de você.

Quanto à alimentação, ao viajar pela Costa Rica e toda América Central, é importante cuidar do que você escolhe para comer e beber, para evitar uma intoxicação alimentar.

Visto para entrar na Costa Rica: brasileiros não precisam de visto de turismo na Costa Rica, mas o passaporte deve estar válido por no mínimo seis meses e, à entrada, deve-se apresentar a passagem de volta.

Informações sobre os Parques Nacionais dos Vulcões Poás e Arenal:

O Parque Nacional Vulcão Poás está localizado na Província de Alajuela, a 37 quilômetros de San José. Abre diariamente das 8h às 15h30. É importante chegar ao parque o mais cedo possível, mesmo durante o tempo seco, por causa das nuvens. Entrada: US$ 10.

O Parque Nacional do Vulcão Arenal está localizado próximo a La Fortuna. Aberto diariamente, das 8h às 16h. Entrada: US$ 10 dólares.

É sempre bom checar os horários de funcionamento e os valores, caso haja alguma alteração.

Mais informações sobre a Costa Rica (em inglês):
Costa Rica Tourism Board
Costa Rica Guide
Tico Times

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