São Bento do Sapucaí (São Paulo): arte e história no bairro do Quilombo

A pequena cidade de São Bento do Sapucaí, na Serra da Mantiqueira paulista e bem na divisa com Minas Gerais têm muitas atrações para explorar. O cartão-postal: Pedra do Baú atrai  aventureiros e turistas do mundo todo para conhecer o complexo de pedras, mas muitos também gostam de explorar o lado artístico e histórico da cidade.

Há cerca de 350km do Rio de Janeiro e 200km de São Paulo, fazendo divisa com Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal, a cidade é reduto de descanso para muitos paulistanos que procuram a região como um refúgio da semana agitada da cidade grande.

Quando falamos em história e arte com muita tradição, enxergamos em São Bento do Sapucaí variadas formas de expressar e trazer um pouco da cultura presente na cidade. Separamos algumas das atrações que conhecemos e que nos encantou na pequena cidade. Confira:

Arte no Quilombo

Crédito: Ana Elisa Teixeira, Viagens e Rotas

A Arte no Quilombo é um espaço formado por mais de 60 mulheres imponderadas que sustentam suas vidas apenas com sua arte. No começo, muitas dependiam dos maridos, mas hoje fazem desse trabalho uma causa social também.

O espaço, que funciona em um galpão no bairro do Quilombo, expõe e vende uma série de trabalhos feitos principalmente com palha de bananeira e milho. Duas vertentes de arte muito típicas de São Bento do Sapucaí. Além disso é possível encontrar artesanatos de bambu, tecido, madeira, barro e outros que podem compor diversos itens que vão de vasos, flores, quadros, brinquedos, mimos e tudo que a imaginação dessas mulheres mandar.

Crédito: Ana Elisa Teixeira, Viagens e Rotas

A Arte do Quilombo é excelente para presentear com objetos de decoração para casa e o mais interessante é que tudo é feito manualmente num trabalho muito cuidadoso e minucioso. Se tiver sorte, você poderá assistir algumas das mulheres terminando algumas das peças lá dentro do galpão.

Crédito: Ana Elisa Teixeira, Viagens e Rotas

Ateliê Ditinho Joana

Crédito: Ana Elisa Teixeira, Viagens e Rotas

Para o viajante que é amante de esculturas, a visita ao Ateliê Ditinho Joana é parada obrigatória. Benedito da Silva Santos, o Ditinho Joana, é escultor exclusivo de obras feitas na madeira e com um dom não visto em muitos locais. Seu trabalho tem reconhecimento internacional e, no Brasil, já chegou a ser convidado para participar do programa do Jô Soares.

Ao visitar o ateliê ele conta sua história de vida que é muito emocionante. O ex-lavrador, começou a brincar com as esculturas jovem e descobriu o dom sozinho. Hoje tem 75 anos e começou a trabalhar com esculturas de madeira em 1974.

Seu primeiro trabalho foi um padre e um índio esculpidos sob a luz de uma lamparina clareada por sua mãe, Maria Joana, barriguda e retratada estando grávida dele. Essa é a obra que podemos ver logo na entrada do Ateliê.

Começou com obras menores, até ir para obras gigantes que contam causos que viveu na cidade e também histórias de outras pessoas. Sua obra “A Venda” demorou um ano para ser finalizada e conta uma história que ele viveu quando tinha 8 anos de idade em uma Mercearia em São Bento do Sapucaí. Explica em detalhes como era uma venda antiga dos anos 50.

Caso tenha interesse é possível encomendar obras particulares com o Ditinho. Quando estive no ateliê ele mostrou uma obra que estava sendo feita para um cliente e que ia demorar 3 meses para finalizar. Se tratava de uma família: pai, mãe, filha e um bebê que estava a caminho. O pai empurrava a filha no balanço enquanto a mãe observava os dois grávida.

O trabalho no Ateliê Ditinho Joana também é feito por toda a família dele. Filhos e netos, dão continuidade a arte de Ditinho, mas com características muito autorais. Uma das filhas dele faz objetos de cozinha como pães de madeira, por exemplo, para decorar uma fruteira ou algum ambiente em casa.

Feira da Terra

Desde 2018, quinzenalmente, das 07h às 13h, acontece a Feira da Terra, uma feira livre com produtores da região na Praça de Eventos Dr. Adhemar Pereira de Barros, em São Bento do Sapucaí. Dependendo da época do ano o local pode ser alterado e vale verificar e pedir informações no centro da cidade. A feira acontece aos sábados, mas com a pandemia pode ter tido alterações.

Ela funciona como uma conexão direta entre produtos e consumidores com produtos locais de São Bento. Você encontra na feira as frutirinhas do Frescor da Mantiqueira, o artesanato da Arte no Quilombo, pães caseiros de fermentação natural, esfihas, tortas, doces caseiros, conservas de banana também do Fresco da Mantiqueira, cogumelos do Quinta dos Cogumelos e outros diversos produtos da região encontrados em um só local.

Frutirinhas do Frescor da Mantiqueira | Crédito: Ana Elisa Teixeira, Viagens e Rotas

Recomendamos uma passagem rápida pela feira, caso não seja possível visitar diretamente um produtor ou outro.

Congada – dança em homenagem aos escravizados

E quem disse que São Bento do Sapucaí também não tem cultura e dança? A tradicional Congada de São Benedito, conhecida no município também como “Congada da Dona Luzia” – por ter tido uma matriarca setuagenária da família à frente desta manifestação, carrega e dissemina a cultura passada por várias gerações de descendentes escravizados.

Tradicionalmente todo dia 13 de Maio a Congada se apresenta no Bairro do Quilombo hoje sem Dona Luzia, já falecida. Ela passou as musicas, danças, trajes e todo o ensinamento para filhos, genros, noras, netos e assim será por gerações.

Alguns sábados é possível assistir a apresentação da Congada. É necessário pesquisar previamente os dias que ela poderá acontecer.

Os membros da Congada se apresentam com roupas cheias de fitas coloridas e instrumentos próprios. É possível aprender rapidamente as musicas e danças e cantar junto com o grupo. A Congada, em São Bento do Sapucaí, homenageia São Benedito, santo considerado padroeiro dos escravos.

Como chegar em São Bento do Sapucaí?

Saindo de São Paulo: pegamos a rodovia Ayrton Senna|Carvalho Pinto (SP-070) até entrar na Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123) que sobe a Serra sentido Campos do Jordão. Quem opta pela Dutra (BR-116) evita dois pedágios, mas tem que entrar na saída sentido Campos do Jordão. Siga as placas e entre dentro da cidade de Santo Antônio do Pinhal, passando por Sapucaí Mirim e depois, São Bento do Sapucaí.

Para chegar em São Bento do Sapucaí de ônibus a partir de São Paulo, você vai ter que fazer uma ‘conexão’ em São José dos Campos onde existe uma linha direta de ônibus entre as duas cidades. Caso não queria ir até São José, a opção é pegar a Linha Pássaro Marrom com destino a Brasópolis e pedir descer na entrada de São Bento do Sapucaí.

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Quando ir?

Como a maior parte dos destinos de serra, São Bento do Sapucaí tem sua alta temporada no outono/inverno de maio a agosto. De janeiro a março chove bastante na região, mas no restante do ano, as diárias nas pousadas ficam mais baratas e as temperaturas amenas.

Vá de carro

Nossa recomendação é que vá de carro para circular melhor pela cidade. Entrando na cidade à direita fica o bairro do Quilombo e à esquerda o bairro Serrano, sendo o meio de tudo isso o Centro. Importante ir de carro para aproveitar os passeios pela Estrada do Paiol Grande, sentido Campos do Jordão (dá para ir até a cidade por uma outra estrada que é muito bonita), que fica o acesso para o complexo da Pedra do Baú.

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O  blog Viagens e Rotas viajou para São Bento do Sapucaí, São Paulo, a convite da Acisb (Associação Comercial e Industrial de São Bento do Sapucaí) com apoio da Prefeitura Municipal, Land Rover do Brasil, Volkswagen do Brasil, Revista Travel for Life e Sabores da Montanha

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