Trilha e escalaminhada no Pico das Prateleiras no Parque Nacional do Itatiaia (Rio de Janeiro)

O Parque Nacional do Itatiaia, foi criado em 1937 pelo então presidente Getúlio Vargas e foi o primeiro parque do Brasil. Com 11.943 hectares é dividido entre Parte Baixa, com entrada pela cidade de Itatiaia, no Rio de Janeiro, e a Parte Alta, com entrada por Itamonte, em Minas Gerais.

Os dois lados do parque são para públicos diferentes com altitudes e graus de dificuldade que também diferem entre si.

A Parte Alta é a mais amada por trekkers e montanhistas que querem explorar os mais bonitos e, altos, picos da Serra da Mantiqueira.

As altitudes na parte alta superam 2.500 metros com vegetação rasteira e lírios e bromélias encravadas nas rochas. Uma paisagem incrível de frio intenso na maior parte do ano.

O diferencial é se aventurar pelos picos no inverno ou outono, com um clima mais frio e estável, por que, na primavera e verão há risco de fechar o tempo e chover a qualquer momento dificultando as trilhas até os cumes dos picos.

O ideal é se hospedar em uma pousada já próxima ao Parque na cidade de Itamonte, Minas Gerais. Indicamos a Pousada dos Lobos que fica a 15 minutos da entrada do parque.

O Pico das Prateleiras é um dos mais visitados no parque por que garante uma vista espetacular do Pico das Agulhas Negras – 5º maior do Brasil, do Vale do Paraíba e região, além de uma boa parte das montanhas do Parque Nacional do Itatiaia.

Saindo da pousada às 7h30, começamos a caminhada até o Pico das Prateleiras às 8h com guia credenciado pelo Parque Nacional do Itatiaia.

O agendamento do passeio pode ser feito antes por e-mail ou telefone ou é possível no mesmo dia encontrar guias credenciados na porta do parque esperando pessoas para formar grupos para subir.

O preço cobrado por pessoa é praticamente tabelado e, até as Prateleiras, podem ir somente um grupo de no máximo 12 pessoas.

Entrada do Parque Nacional do Itatiaia / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Entrada do Parque Nacional do Itatiaia / Crédito: Ana Elisa Teixeira

É necessário ter preparo físico?

Quem não estiver com o físico em dia vai sofrer um pouco por que são 12km de ida e volta, percurso da entrada do Parque até o Cume do Pico das Prateleiras.

Até a base do Pico, exige uma caminhada entre rochas e declives de cerca de 5km. O trecho final até o cume é difícil e exige escalada. Pode levar de 1h30 a 2h dependendo do ritmo do grupo.

Não é recomendado fazer o Pico das Prateleiras sem um guia especializado

Fazer a base ou o cume do Pico das Prateleiras exige o acompanhamento de um Condutor de Visitantes em razão do risco de vida e da necessidade de equipamentos de segurança.

O caminho até a base também não é simples, sendo fácil se perder e acabar se machucando entre os morros da região.

Indicamos o guia Marco Aurélio da Silva que é credenciado pelo parque, caso ele não esteja disponível na data proposta, ele pode indicar outro guia para o percurso.

Há casos de pessoas perdidas no local por insistirem em fazer o trajeto sem acompanhamento. Então, todo o cuidado é pouco.

Começando a caminhada…

Depois de encontrar o seu guia credenciado pelo Parque, assinar o Termo de Responsabilidade e pagar a taxa de entrada de R$15, o viajante já pode começar a caminhada até o Pico das Prateleiras.

Tabela de Preço do Parque Nacional do Itatiaia / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Tabela de Preço do Parque Nacional do Itatiaia / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Ao passar pela portaria já dá para avistar à direita o Morro do Couto, oitavo maior morro brasileiro, com 2 680 metros de altitude.

Morro do Couto / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Morro do Couto / Crédito: Ana Elisa Teixeira

A partir daí, caminhada plana sobre as rochas com cerca de 3km até o Abrigo Rebouças (local para camping), passando pela nascente do rio Campo Belo, com água límpida que poderá encher o seu cantil.

Caminhada tem 3km / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Caminhada tem 3km / Crédito: Ana Elisa Teixeira

A caminho do Abrigo já com vista para as Agulhas Negras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

A caminho do Abrigo já com vista para as Agulhas Negras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Nascente do Rio Campo Belo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Nascente do Rio Campo Belo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Vale uma parada próxima ao abrigo para usar o banheiro e já apreciar a vista do Pico das Agulhas Negras.

Bifurcação para o Abrigo Rebouças e Agulhas Negras ao fundo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Bifurcação para o Abrigo Rebouças e Agulhas Negras ao fundo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Seguimos à direita para as Prateleiras, passando pela Cachoeira das Flores e mais alguns pontos com água limpa para poder recarregar o cantil. É recomendável beber muita água durante todo o trajeto.

Parada para encher o cantil de água / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Parada para encher o cantil de água / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Cachoeira das Flores logo abaixo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Cachoeira das Flores logo abaixo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

A subida até a base…

O guia Marco Aurélio, comenta que o que difere a trilha das Prateleiras das Agulhas Negras é que as Prateleiras exige mais o psicológico enquanto, as Agulhas Negras, exige mais o físico.

Quem fizer os dois vai saber exatamente qual é essa diferença. Então, caso você tenha medo de altura e de penhascos, não recomendamos subir até o Cume das Prateleiras.

A caminhada do Abrigo Rebouças até a base do Pico exige bastante das pernas, uma vez que é uma subida íngreme e cheia de rochas grandes e pequenas pelo caminho. No trajeto até a base é possível avistar vários Sapos-flamenguinhos, só encontrados nessa região e também flores como: Paepalanthus itatiaiensis, buddleja speciosissima, entre outras

Paepalanthus itatiaiensis / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Paepalanthus itatiaiensis / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Sapo-flamenguinho / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Sapo-flamenguinho / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Subida até as Prateleiras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Subida até as Prateleiras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Subida íngreme / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Subida íngreme / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Ao chegar na base já é possível sentir a atmosfera, uma vez que são 2.460 metros de altura.

A vista é incrível e, para quem não tem coragem de ir até o Cume, poderá apreciar as Agulhas Negras de perto e o colchão de nuvens que se formam nas montanhas.

Agulhas Negras vista da base / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Agulhas Negras vista da base / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Base com 2.460m de altitude / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Base com 2.460m de altitude / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Base das Prateleiras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Base das Prateleiras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Penhasco antes de chegar a base / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Penhasco antes de chegar a base / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Vista de perto do cume das Prateleiras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Vista de perto do cume das Prateleiras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Colchão de nuvens / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Colchão de nuvens / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Na base ainda é possível avistar flores, passarinhos, pontos d’água e pedras bem características com vários formatos diferentes.

Flores na base / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Flores na base / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Flores com Pico das Agulhas ao fundo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Flores com Pico das Agulhas ao fundo / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Flores na base / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Flores na base / Crédito: Ana Elisa Teixeira

A escalaminhada até o Cume das Prateleiras

Por questão de segurança a ida ao Cume só pode ser iniciado até as 14 horas e é necessário autorização, da qual os Condutores de Visitantes do Parque estão aptos.

Se sair às 8h da entrada do Parque, por volta de 10h30 já pode começar a escalaminhada da Base ao Cume.

A base vista do trajeto até o Cume / Crédito: Ana Elisa Teixeira

A base vista do trajeto até o Cume / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Guia Marco Aurélio (de laranja) subindo até o cume / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Guia Marco Aurélio (de laranja) subindo até o cume / Crédito: Ana Elisa Teixeira

A subida dura cerca de 1h30 passando por estreitas passagens e fendas imensas. O segredo é não olhar para baixo e manter o melhor equilíbrio possível durante todo o trajeto.

O percurso é classificado como difícil, principalmente pelo psicológico que deve estar calmo e confiante.

Subida exige muito equilíbrio / Crédito: Alexandre Scarpa

Subida exige muito equilíbrio / Crédito: Alexandre Scarpa

Passagens são difíceis até o Cume / Crédito: Alexandre Scarpa

Passagens são difíceis até o Cume / Crédito: Alexandre Scarpa

Passagens são estreitas / Crédito: Alexandre Scarpa

Passagens são estreitas / Crédito: Alexandre Scarpa

Apesar do sol, que estava reinando até 11h da manhã da data que estivemos no local, a mudança do clima é um fator muito importante a se considerar quando estiver na montanha.

No topo das montanhas a temperatura e tempo mudam muito rápido. Tanto que em questão de minutos, o tempo fechou e começou a trovejar e chover.

Tempo fechando rapidamente nas Prateleiras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Tempo fechando rapidamente nas Prateleiras / Crédito: Ana Elisa Teixeira

O guia não permitiu que seguíssemos até o final em razão da chuva e do risco de raios e das pedras ficarem muito escorregadias e perigosas para acidentes.

Foi possível ir até o Pulo do Gato, a 100m abaixo do cume, aonde é necessário o uso de cordas. Há imprudentes que arriscam pular sem corda e correm o risco de cair em uma altura de mais de 20m e provavelmente, não sobreviver.

Escalaminhada até o Cume, quase chegando ao Pulo do Gato / Crédito: Alexandre Scarpa

Escalaminhada até o Cume, quase chegando ao Pulo do Gato / Crédito: Alexandre Scarpa

O medo, até para quem utiliza as cordas, existe por que é possível ver as fendas logo abaixo entre as pedras.

Para ajudar…

Você não deve esquecer:  camiseta extra, boné, óculos de sol, protetor solar, lanche para comer durante a trilha, itens salgados para ajudar na pressão, lanterna com pilhas e garrafinha com água para beber a todo momento.

Como ir vestido? Roupas leves por baixo, agasalhos, casacos quentes e corta vento e tênis ou botas de trekking. No inverno não esqueça de  meia de lã, gorro, luvas e calças corta-vento. No verão, a capa de chuva é essencial.

O que evitar? Quem tem pressão baixa deve tomar cuidado ao fazer a trilha. Eu passei mal e não pude seguir até o Cume por questões de segurança e risco de desmaio. O que a gente sente? Tontura, falta de ar, aumento da frequência cardíaca, náuseas e possível perda da consciência.

Isso pode também ser chamado de doença da altitude elevada  que é um distúrbio causado pela falta de oxigênio em altitudes elevadas. À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui e menos moléculas de oxigênio estão disponíveis no ar.

O ideal é fazer aclimatação como fizemos no Deserto do Atacama, para que o organismo acostume com a altitude. Caso suba rapidamente, é mais provável ter esse problema. É importante ingerir muito líquido e apostar em alimentos salgados.

Um dos guias do parque sugeriu que eu levasse um pacote de amendoim salgado e fosse comendo na próxima vez que tentar subir ao Cume. Uma dica que irei utilizar na próxima.

Vegetação local / Crédito: Ana Elisa Teixeira

Vegetação local / Crédito: Ana Elisa Teixeira

O portal e revista digital Viagens e Rotas respeita a apuração do conteúdo de matérias e notas aqui publicadas para o leitor desse site com ética e profissionalismo. Leia os Termos e Condições

Procurando por uma hospedagem? Pesquisa no Booking.com, melhor custo benefício, sem adicional de taxas,melhores preços e alguns ainda contam com cancelamentos grátis.

Planeje sua viagem com a gente:

Reserve seu hotel
Seguro Viagem
Ingresso para atrações em todo o mundo
Chips para celular
Alugue um carro
Pesquisa passagem aérea barata

Faça sua reserva pelos links parceiros acima e ajude na monetização do Viagens e Rotas. Nós ganhamos uma pequena comissão e você não paga nenhuma taxa extra por isso.

Deixe seu comentário!

1 comentário

  1. CELSO HENRIQUE BAPTISTA

    Obrigado! Foi mt util seu post.